BTT Almonda: Jornadas BTT Almonda - Etapa 3

O dia acordou solarengo fazendo esquecer a chuvada do dia anterior...

Este era já o 3º dia seguido a pedalar, pelo que, a rotina de nos equiparmos, arrumar a tralha, descer para o pequeno almoço e preparar as bicicletas, começava a tornar-se um hábito... Se bem que o peso parecia ser cada vez mais a carregar...

O albergue de Zubiri que iria deixar saudades nas noites seguintes...

Após algumas indecisões sobre se deveriamos seguir por estrada ou por trilho até Larrosoaña devido à possibilidade de lama acumulada pela chuvada do dia anterior, optamos por fazer a ligação por estrada... Foram 5 kms sempre a rolar... E conosco, os dois amigos espanhóis...

Nesta altura, já os selins das bicicletas começavam a deixar marcas no rabo e virilhas dos vários elementos da matilha, o que motivou a procura urgente de uma farmácia com o objectivo de comprar creme Halibut... Muito importante... LOL...

Quase em Santiago... LOL...

Parece que de placa para placa, os kms aumentam em vez de diminuir...

A partir de Larrosoaña, retomamos o trilho do El Camiño, que neste troço consistia num Single-Track lindissimo a ladear um Rio cruzando por várias vezes o leito de uma margem para a outra, e formando paisagens simplesmente espetaculares... Na minha opinião, este foi um dos troços do El Camiño mais bonito de todos...

Neste troço do El Camiño cruzamos algumas pontes romanas, o que motivava sempre uma paragem para registar o momento com uma foto...

E foi precisamente numa destas paragens que o Cão Picas começou a chatear-se com tanta paragem... É caso para dizer... A matilha anda bem mas é como a Banda da Mata: Toquem bem, mas parem muito... E assim lá seguimos até Pamplona...

A entrada em Pamplona foi simplesmente espetacular, atravessamos uma ponte romana, atravessamos um jardim, começamos a entrar nas muralhas do Castelo e entramos na cidade directamente pelas portas do Castelo... LINDISSIMO...
Não posso publicar as fotos da entrada em Pamplona, porque estão na máquina fotográfica do Cão Guia... sim... Porque quem carregou a máquina fotográfic do Cão Guia durante 300kms, fui eu... Foi um acordo que fiz com a mulher do João...

Para quem não conhecia a cidade de Pamplona, foi a surpresa geral... Foi o meu caso... A cidade é LINDA... Com uma vida de rua impressionante... Ruas Lindas e claro está... O Encierro, ou seja, as ruas onde tem lugar a largada de Touros de San Fermin durante o mês de Junho...
Mais informação em: Pamplona
Esta cidade é ainda bastante conhecida pela sua Universidade...

Alguns elementos da matilha não quiseram perder a oportunidade da passagem por Pamplona e quiseram ir visitar a Praça de Touros... A caminho da Praça de Touros ainda vimos o peregrino Australiano que tinha ficado conosco na primeira noite em St Jean Pied Port... Impressionante... O homem tinha feito a pé o mesmo percurso que nós em bicicleta, no mesmo tempo...

A Praça de Touros... É enorme...

Este é o corredor onde termina o Encierro...

A placa do Encierro...

E o Repórter também por lá andou...

O Cão Picas e o Cão Mecânico não quiseram visita a Praça de Touros e optaram por seguir caminho mais devagar...

À saida de Pamplona e quando passavamos ao lado da Universidade, vimos um Ponto de Acreditação do Peregrino, pelo que, decidimos carimbar o nosso Passaporte de Peregrino... Como o local era aprazivel e a hora já pedia um reforço energético, aproveitamos e decidimos almoçar por ali mesmo...

Durante o almoço, recebemos mais uma lição do Engenheiro, ao identificar com facilidade um pássaro que saltitava na nossa proximidade... De acordo com o Engenheiro, tratava-se de uma Pega Rabuda...

Já vão perceber mais à frente o porquê desta curiosidade...

Entretanto, o toque de saida da Universidade soou, pelo que, os alunos e alunas começaram a encher a escadaria da entrada da Universidade...
Mais tarde coloco aqui as fotos da máquina do Cão Guia...

Decidimos então seguir caminho...

O sol estava quente, e partir daqui a continuação do El Camino foi sempre a subir durante cerca de 10kms... Foi sem dúvida uma das partes mais duras do percurso, até porque foi realizada debaixo de sol escaldante...

Pamplona ficava para trás...

Durante a subida a boa disposição foi palavra de ordem... A prová-lo, aqui fica um dos refrões usados durante a subida...

Chegados ao topo da subida e já ao nível do Parque Eólico, encontramos os nossos companheiros Tó Pratas e Carlos Marchão que tinham aguardado por nós no topo da subida, durante aproximadamente uma hora...

Estavamos a uma altitude próxima dos 700mts, pelo que, podemos disfrutar de uma paisagem espetacular sobre Pamplona lá ao fundo.

A paisagem de Pamplona ao fundo em conjunto com as estátuas erigidas para assinalar o Parque Eólico Del Perdon, faziam lembrar um cenário retirado das aventuras de D. Quixote de La Mancha contra os moinhos de vento...

E após uma subida, vem sempre uma descida, pelo que, estando nós num dos planos mais elevados do percurso, tinhamos de descer em direcção a Ponte de La Reina...

Chegados à aldeia de Obaños, mais uma paragem, que por tão demorada que foi, deixou os nervos do Cão Picas em franja, que desapareceu sozinho sem deixar rasto...

A razão para uma paragem tão demorada deveu-se principalmente à ida ao café, aproveitar para ingerir alguma cafeína e para mais um carimbo no passaporte...

A partir daqui, descemos até Puente de La Reina, onde encontramos dois conterrâneos nossos... Dois Tugas de Gondomar... Um deles com um atrelado da marca Carro que gerou óbviamente alguma curiosidade por parte dos elementos da matilha...

Durante alguns kms e até chegarmos a Estella, fomo-nos cruzando várias vezes com estes nossos amigos Portugueses, que a esta hora ainda devem andar a pedalar até Santiago...

Ainda nos cruzamos com os nossos amigos espanhóis...

Mais umas Pontes Romanas...

Convém não esquecer, que o El Camiño já tem mais de mil anos...

Chegados a Estella após 68kms percorridos e após uma amena conversa entre os vários elementos da matilha, optamos por pernoitar em Estella, cancelando os 22kms adicionais para chegar a Los Arcos, que tinhamos inicialmente previsto...

Dado que o albergue paroquial se encontrava cheio, tivemos de ir até ao albergue municipal...

Quando entramos com as bicicletas no albergue e tivemos de atravessar um dos quartos, com cerca de 50 camas, ficamos ligeiramente mal impressionados, mas ficamos com a esperança de que fosse apenas "um primeira impressão"...

Infelizmente, e na minha opinião, o albergue revelou-se o pior de todo o El Camino... Em todos os aspectos... Quartos... Lençóis... Banhos... E pequeno almoço...

A rotina do final do dia tomou conta da matilha, sendo que, o jantar teve lugar num restaurante ali perto, sendo o momento alto da noite...